O detergente usado no xampu não é o mesmo que usamos para lavar louça, claro! Os químicos chamam de detergente todo composto constituídos por longas cadeias apolares com um grupo funcional polar em uma das extremidades.
Se esse grupo possuir carga positiva, dizemos que o detergente é catiônico; já se a carga for negativa, ele será aniônico. A maioria dos xampus contém detergente aniônico, pois ele produz maior quantidade de espuma. Um detergente aniônico muito usado é o Lauril (lauril sulfato de sódio) que vem escrito nos rótulos dos xampus que usamos no dia-a-dia.
Como forma de proteção, nossos olhos desenvolveram uma sensibilidade muito acentuada a qualquer substância de pH diferente da nossa lágrima. A irritação faz com que o cérebro dê uma ordem para aumentar a produção de lágrimas, para “lavar” o que está afetando a mucosa dos olhos.
Tanto o xampu como todas as outras substâncias químicas podem provocar irritação quando entram em contato com os olhos. Isso acontece porque são órgãos muito sensíveis, revestidos por uma membrana bem fininha, que protege a íris e a pupila.
Quando o xampu entra em contato com os olhos, essa membrana absorve as substâncias químicas do produto e provoca irritações.
Os xampus que possuem um pH mais ácido ou mais básico, causam um desequilíbrio na lubrificação dos olhos. Mas aqueles que não ardem os olhos possuem em sua composição um detergente conhecido como “detergente anfotérico“, que apresenta uma parte catiônica e uma parte aniônica, muito usados em xampus para bebês. Em meio ácido, as partes desse detergente capturam o íon H+ e, em soluções básicas, liberam um dos hidrogênios (H) ligados ao nitrogênio. Essas estruturas não irritam os olhos, porque elas mantêm o pH próximo ao pH da lágrima.
Fontes: [ Diário de Biologia ]
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