
Os povos antigos não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, principalmente pelo fato da ciência que não era tão avançada quanto é hoje, não havia tecnologia para novos descobrimentos e criavam-se mitos com o propósito de dar sentido os acontecimentos do mundo.
Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo. Muitas lendas se perderam com o tempo, a magia dos contos e mitos que embalaram antigas gerações e tradições poéticas em nosso país.
Nosso folclore está morrendo, as fábulas e contos que nos levavam para o mundo imaginário através da literatura ou de estórias contadas no intuito de um universo de aprendizado interior.
A magia dos contos foi se consumindo ao longo dos tempos e em casa os pais já não contam lendas como, por exemplo, a do saci Pererê, Iara, Corpo-seco, Boitatá entre outras inúmeras lendas folclóricas. Em muitas cidades ainda persistem tais contos como um fator cultural e importantíssimo na riqueza de nosso país, hoje devastado por culturas tecnológicas, entre tantas que se reduzem à modernidade de um mundo consumista e não mais com o brilho da leitura ou de estórias contadas pelos pais ou avós.
Essa cultura do folclore Brasileiro faz a mente do ouvinte ou leitor despertar, tirando lições para o cotidiano. Estão assassinando coisas tão belas que fazem o ser humano ser auto-analítico, contemplar seu meio e viajar sobre forçar límpidas da imaginação necessária para se emocionar ou sorrir diante das dificuldades cotidianas.
No conjunto de tudo que podemos chamar de folclore de uma terra; a comida paralendas, danças, vestuário e muito mais, pergunto: Quantas crianças da atual geração conhecem algum cântico do nosso rico e vasto histórico de lendas brasileiras. O tempo resiste aos antigos que ainda lembram dos contos e ainda fazem-se enfeitiçado por eles. Mas nossas crianças, futuras gerações de um país inundado de costumes e culturas diversas.
A verdadeira cultura morre aos poucos perdidas nas amarras do tempo sobre as grandes cidades. O mito resiste ao tempo, caso contrário não seria um mito. Mas como resgatar essa beleza? Passando oralmente essa ampla cultura como era feita outrora, como é feito em alguns lugares distantes do Brasil.
O folclore é a cultura de um povo, de um país, de uma civilização. Essas fábulas são a essência histórica e o engrandecimento cultural, o desenvolvimento do intelecto dos futuros cidadãos do país. Se o país continuar vivendo na marginalidade cultural talvez aconteça o que nunca ninguém jamais imaginou; O assassinato do mito, o assassinato da interior de toda uma civilização e sua tradição, o assassinato da fantasia e dos contos que um dia fizeram questionar o medo ou espalharam estórias de amor.
As lendas soam de fato um aprendizado fantasioso, mas que além de sua magia faz o leitor navegar por mares questionáveis da imaginação e derrotar toda a deficiência de anticultural ainda eminente em nosso país nos dias atuais, deflagrada pela falta de oportunidade e desinteresse através das asas mórbidas das dificuldades do cotidiano.
Por Letícia de Castro
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