Por Mirella Faur
Durante os milênios da supremacia patriarcal, refletida nos valores espirituais, culturais, sociais, comportamentais e amparada pela hierarquia divina masculina, foi negada e reprimida qualquer manifestação da energia feminina, divina e humana. Resultou assim em uma cultura exclusiva e destrutiva, centrada na violência, conquista e dominação, com o conseqüente desequilíbrio global atual. Os homens – como gênero – não foram os únicos responsáveis pelas agressões e atitudes extremistas a eles atribuídas; a causa pode ser atribuída à maneira pela qual a identidade masculina foi criada e reforçada pelos modelos e comportamentos de “heróis” e “super-homens”. Fundamentados em seus direitos “divinos”, outorgados inicialmente por deuses guerreiros e depois reiterados pela interpretação tendenciosa dos preceitos bíblicos, os homens foram inspirados, instigados e recompensados para desconsiderar e deturpar as milenares tradições matrifocais e os cultos geocêntricos. Em lugar de valores de paz, prosperidade e parceria igualitária, foram instaurados princípios e sistemas de conquista, exploração e dominação da Terra, das mulheres, crianças e de outros homens.
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