Um estudo divulgado nesta segunda-feira indica que o degelo atual do verão antártico está dez vezes mais rápido que há 600 anos.
De acordo com o trabalho, publicado na revista especializada "Nature Geoscience", esse fenômeno se intensificou ainda mais nos últimos 50 anos.
Segundo o site Folha de S.Paulo, para chegar a esses resultados, os cientistas perfuraram, a uma profundidade de 364 metros, calotas da ilha James Ross, no norte da geleira antártica.
O objetivo dos pesquisadores era medir as temperaturas de centenas de anos que ficaram registradas no gelo.
As sucessivas camadas na geleira revelam o movimento de degelo e de congelamento que ocorreu, e ao medir a espessura destas camadas, os cientistas foram capazes de comparar as variações de temperatura nas camadas mais superficiais com as do núcleo de gelo ao longo dos últimos mil anos.
"Constatamos que, há 600 anos, havia condições mais frias na península antártica e uma menor quantidade de gelo derretido", disse Nerilie Abram, líder do trabalho e pesquisadora do British Antarctic Survey de Cambridge, no Reino Unido.
Naquela época, as temperaturas eram aproximadamente 1,6 grau Celsius menor que as registradas no fim do século 20, e a proporção de neve que derretia a cada ano e depois voltava a congelar era de 0,5%, segundo Abram.
"Hoje, a quantidade de neve que derrete a cada ano é dez vezes maior."
Apesar do aumento regular das temperaturas que ocorre há centenas de anos, o degelo se intensificou a partir da metade do século 20, afirma o novo estudo.
Isso significa que o aquecimento na Antártida alcançou um nível em que até leves aumentos de temperatura podem provocar uma forte aceleração do degelo.
Fontes: [ Folha de S.Paulo ]
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